sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Bandida

A Bandida

No seu palácio de seda,
marco de reis e de escravos,
a princesa adocica travos
e faz sumo de fruta azeda.
-"De manhä curei doentes,
de tarde aprovei estagiários.
Rezei ! - Pela alma dos crentes.
Descrentes? Converti vários!"
-"Fui polícia um dia"-disse,
Encarcerei um assaltado.
Algemas - por cretinice,
e de vítima fiz culpado.
"Um qualquer dia fui Sheeva.
Encarnei muitas estrelas.
Brilham joias em todas elas
e eu, em flanelas, lasciva.
Ardo em algodäo dorido,
o espelho pinta-me infernal,
Elas prantam o ocorrido,
pois em ninho cravei punhal.
Vivo para näo morrer,
Árvore seca e malvista
Fêmea! Näo sou mulher!
Um resto de carne indigesta."

Sem comentários:

Enviar um comentário